quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ô, Gente Fútil


Fútil no dicionário quer dizer sem importância, incapaz e inútil. Tudo que é fútil é aparentemente desprezível para o ser humano e não vai mudar nada na vida das pessoas caso falte.

Em minha trajetória eu me deparei com um monte de gente fútil tanto na vida pessoal como na profissional e até mesmo na sentimental. Pessoas que seriam incapazes de distinguir fatos relevantes para o mundo de um prato de papa gelado. Gente que sequer sabe a importância da vida em sociedade.

Mas não preocupe-se, pois neste texto eu não vou perder tempo filosofando sobre a futilidade. Vou apenas contar pequenos “causos” que presenciei ou ouvi falar de fontes extremamente confiáveis.

Os nomes serão omitidos por motivos óbvios, apesar de eu morrer de vontade de dizer quem foram os autores das pérolas.

1 – MEU CACHORRO É SER HUMANO
Estava deitado com uma ex-namorada na rede do terraço da casa dela conversando besteirinhas de namorados, quando por algum motivo tocamos no assunto (bastante produtivo) das diferenças entre os homens e os animais. De repente eu disse:
- É, existem muitas diferenças entre os cachorros e os seres humanos.
- Como assim? – dizia minha ex.
- É claro, afinal cachorro não é ser humano. – respondia com total certeza do que eu estava dizendo.
- Só se for para você, porque o meu cachorro é um ser humano sim. É lógico que cachorro é ser humano.

Aí eu olhei para a cara dela certo de que ela estava brincando e até ri da afirmação, mas para a minha tristeza não era brincadeira coisíssima nenhuma. Ela realmente acreditava que TODO cachorro era ser humano.

Meu choque foi tanto que eu mudei de assunto na hora para não me zangar com a afirmação e começar uma briga sem sentido.

2 – CHICLETE É TUUUUUUUUUUDO DE BOM
 A punheta desgraçada do Chiclete com Banana está todo mês em Recife e ainda tem um monte de órfão do Recifolia que vai, mas deixa isso para lá...

Eu trabalhava numa empresa de tecnologia em Boa Viagem e lá tinham entrado junto comigo um grupo de uns seis novatos. A princípio andava tudo muito bem, mas aos poucos eu fui enxergando o nível de futilidade daquelas pessoas. Passavam o tempo inteiro falando besteira e nas segundas-feiras passavam quase o dia inteiro comentando como tinha sido suuuuuuuuper fim de semana.

Era o tempo todo falando de festas, de cachaça, de praia e de tudo que você puder imaginar. Parecia realmente um fã clube empresarial do Chiclete com Banana, porque nos seis meses que passei lá devo ter ouvido todos os discos da carreira dessa banda baiana. QUASE PIREI!!!!

Cheguei ao ponto de entrar calado e sair mudo da empresa por causa da quantidade de cuneiformes fecais que saíam das bocas e das mentes daqueles idiotas.

Meu descontentamento era tanto que aos poucos eu fui me desmotivando para o trabalho até que meu superior percebeu isso e me deu o cartão vermelho.

3 – EU TRABALHO, MEU FILHO

Eu estava dando aula na escola em que ainda trabalho quando começou a rolar ruma discussão entre os alunos sobre alguma coisa que eu não lembro.

De repente um aluno fez um comentário que chateou uma aluna que chamarei apenas de “J”. aí ela respondeu:

- Meu filho, vá arrumar alguma coisa para fazer. – em tom indignado.
- Eu estudo, minha filha. – respondeu o aluno. -  e tu que falta mais do que tudo?
- Eu trabalho, meu filho. – respondeu “J”.
- Putz, então eu estou lascado. eu tabalho desde os 18 anos. - respondeu outro aluno já de seus trinta e poucos anos.

O detalhe é que “J” tinha 19 anos e estava a apenas uns 15 dias em uma empresa que eu tinha a indicado para a vaga de vendedora e o curso já estava perto de finalizar. Eu olhei para ela e disse: realmente, “J”, a economia do país agora vai para frente uma vez que você está trabalhando.

É, meus amigos. Futilidade é doença contagiosa. Qualquer dia eu volto com mais “causos”.

Que Deus esteja com vocês.