quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ô, Gente Fútil


Fútil no dicionário quer dizer sem importância, incapaz e inútil. Tudo que é fútil é aparentemente desprezível para o ser humano e não vai mudar nada na vida das pessoas caso falte.

Em minha trajetória eu me deparei com um monte de gente fútil tanto na vida pessoal como na profissional e até mesmo na sentimental. Pessoas que seriam incapazes de distinguir fatos relevantes para o mundo de um prato de papa gelado. Gente que sequer sabe a importância da vida em sociedade.

Mas não preocupe-se, pois neste texto eu não vou perder tempo filosofando sobre a futilidade. Vou apenas contar pequenos “causos” que presenciei ou ouvi falar de fontes extremamente confiáveis.

Os nomes serão omitidos por motivos óbvios, apesar de eu morrer de vontade de dizer quem foram os autores das pérolas.

1 – MEU CACHORRO É SER HUMANO
Estava deitado com uma ex-namorada na rede do terraço da casa dela conversando besteirinhas de namorados, quando por algum motivo tocamos no assunto (bastante produtivo) das diferenças entre os homens e os animais. De repente eu disse:
- É, existem muitas diferenças entre os cachorros e os seres humanos.
- Como assim? – dizia minha ex.
- É claro, afinal cachorro não é ser humano. – respondia com total certeza do que eu estava dizendo.
- Só se for para você, porque o meu cachorro é um ser humano sim. É lógico que cachorro é ser humano.

Aí eu olhei para a cara dela certo de que ela estava brincando e até ri da afirmação, mas para a minha tristeza não era brincadeira coisíssima nenhuma. Ela realmente acreditava que TODO cachorro era ser humano.

Meu choque foi tanto que eu mudei de assunto na hora para não me zangar com a afirmação e começar uma briga sem sentido.

2 – CHICLETE É TUUUUUUUUUUDO DE BOM
 A punheta desgraçada do Chiclete com Banana está todo mês em Recife e ainda tem um monte de órfão do Recifolia que vai, mas deixa isso para lá...

Eu trabalhava numa empresa de tecnologia em Boa Viagem e lá tinham entrado junto comigo um grupo de uns seis novatos. A princípio andava tudo muito bem, mas aos poucos eu fui enxergando o nível de futilidade daquelas pessoas. Passavam o tempo inteiro falando besteira e nas segundas-feiras passavam quase o dia inteiro comentando como tinha sido suuuuuuuuper fim de semana.

Era o tempo todo falando de festas, de cachaça, de praia e de tudo que você puder imaginar. Parecia realmente um fã clube empresarial do Chiclete com Banana, porque nos seis meses que passei lá devo ter ouvido todos os discos da carreira dessa banda baiana. QUASE PIREI!!!!

Cheguei ao ponto de entrar calado e sair mudo da empresa por causa da quantidade de cuneiformes fecais que saíam das bocas e das mentes daqueles idiotas.

Meu descontentamento era tanto que aos poucos eu fui me desmotivando para o trabalho até que meu superior percebeu isso e me deu o cartão vermelho.

3 – EU TRABALHO, MEU FILHO

Eu estava dando aula na escola em que ainda trabalho quando começou a rolar ruma discussão entre os alunos sobre alguma coisa que eu não lembro.

De repente um aluno fez um comentário que chateou uma aluna que chamarei apenas de “J”. aí ela respondeu:

- Meu filho, vá arrumar alguma coisa para fazer. – em tom indignado.
- Eu estudo, minha filha. – respondeu o aluno. -  e tu que falta mais do que tudo?
- Eu trabalho, meu filho. – respondeu “J”.
- Putz, então eu estou lascado. eu tabalho desde os 18 anos. - respondeu outro aluno já de seus trinta e poucos anos.

O detalhe é que “J” tinha 19 anos e estava a apenas uns 15 dias em uma empresa que eu tinha a indicado para a vaga de vendedora e o curso já estava perto de finalizar. Eu olhei para ela e disse: realmente, “J”, a economia do país agora vai para frente uma vez que você está trabalhando.

É, meus amigos. Futilidade é doença contagiosa. Qualquer dia eu volto com mais “causos”.

Que Deus esteja com vocês.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Eleição é negócio de doido


ACABOU! Putz, nem eu que sou petista doente há quase dez anos agüentava mais essa palhaçada de eleição, propaganda, um dizendo que é melhor do que o outro, acusações, projetos impossíveis, baboseiras, calúnias e outras coisas mais.

Para começar o voto não deveria ser obrigatório. Já que é um direito, a pessoa deveria ser livre para exercê-lo ou não, mas já que o voto é obrigatório no Brasil vamos discutir um pouco sobre ele. O sujeito sai de casa para votar já puto da vida porque não estava a fim de ir até lá, e sim de ir para praia tomar cerveja e tomar banho de mar, aí ele enfrenta uma fila interminável e encontra “a galera”, porque ela sempre está em todos os lugares, e começa a falar qualquer tipo de merda sobre os candidatos.

Tem para todos os gostos. Tem a idiotinha pós-adolescente que vota no candidato bonitinho, tem o bombadinho da malhação que vota no candidato que é esportista, tem a velha que acha que comunista come criancinha, tem o burro que nem sabe o que é um comunista, tem o revolucionário de esquerda que acha eleição uma merda e só acredita na revolução e que vai votar com a camisa de Che Guevara  e tem o “burguês-de-Boa-Viagem-órfão-do-Recifolia “que vota em Cadoca e Raul Henry.

Aí você, que é um cidadão politicamente consciente (seja lá qual for a sua orientação política), está na sua fila esperando chegar a sua vez para exercer a sua cidadania quando atrás de você se aglomera “a galera”. Aí uma menina olha para a outra e diz:
- Amigaaaaaa, tu vai votar em quem?
- Ai, amiga, sei lá. Nenhum presta. Eu tenho horror a política. – responde uma das integrantes da “galera”.
- Ai, amiga, eu vou votar em fulano, porque ele é do bairro e vai ajudar os jovens.
- Fulano? Que horror? Eu soube que ele bate na mãe e faz cocô na sala de casa todo dia.

Enfim, esse papo cabeça aí que vocês estão vendo é só um exemplo, mas podem acreditar, acontecem coisas muito parecidas com isso.

Tem outro espécime ótimo existente nas eleições: o eleitor religioso. Esse é ótimo. Não entende bulhufas de política e vota num cara que só porque abriu uma Bíblia no horário político e se auto-batizou com um nome do tipo “João de Deus”, “Chico Aleluia”, “Zé Iluminado”, “Pastor Bartolomeu”, “Irmã Zefinha” e outros do tipo. Eu fico pensando no que o Senhor do alto da sua grandeza reserva para esses caras que usam o nome de Deus em vão.

E os candidatos? Olha, não existe programa humorístico, mas perfeito que o horário político. Vou dar exemplos dos que eu vi esse ano: “Vote no 25 nó venta”, Reginaldo Rossi, o homem mais feio das eleições: Gilliard, Mister Brother e tantos outros que fizeram a alegria de nós eleitores bem humorados.

Mas o melhor é saber que os dois principais candidatos a presidência tinham um charme todo especial. Em matéria de beleza física eu estou convencido que se o José Serra fosse uma mulher ele seria a Dilma. Ô, candidatos lindos, como diria o nosso representante na câmara, o ilustre deputado Tiririca.

Meu caros amigos, apesar de tudo eu tenho esperança que dias melhores virão.

Que Deus abençoe o Brasil

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Meus pensamentos sobre nosso processo eleitoral


Este texto não é mais um texto que chegou no e-mail e eu resolvi repassar, é apenas um desabafo de um cara de 29 anos que está vendo as coisas acontecerem e não quer ficar de braços cruzados vendo aquilo em que ele acredita se desfazer em horário nobre.
Tenho visto nesses últimos dias uma das coisas mais nojentas da minha vida: a propaganda eleitoral tucana do segundo turno visando derrubar os números das pesquisas que mostram a candidata do PT à presidência na frente.
O Sr. José Serra visa, através do enorme poder de manipulação que tem em seus discursos, iludir o povo com toda a sua falácia e articulação. Parece agora que o PSDB é o partido que salvará o país do desastre total. Os tucanos agora aparecem como paladinos da justiça e da ética, mas não citam em momento algum as atrocidades acontecidas nos oito anos de FHC no poder.
O caso do superfaturamento das ambulâncias no que ficou conhecido como a “máfia dos sanguessugas”, o escândalo da compra de votos para aprovação da emenda de reeleição de FHC, as lavagens de dinheiro ocorridas nas privatizações, a chefia do mensalão promovida pelo então presidente do PSDB e ex-governador de MG, Eduardo Azeredo e que ainda está sob investigação, a cassação de José Roberto Arruda, ex-governador do DF e mais cogitado para ser vice de Serra no atual processo eleitoral  e outros que uma simples consulta ao Google pode muito bem esclarecer.
Mas neste texto eu não quero fazer anti-propaganda, pois assim eu me colocarei no mesmo patamar de baixaria da tucanada. Quero, sim, falar das coisas que eu acredito e das que eu acho absurdas.
O PSDB sucateou o ensino público universitário brasileiro. Digo isso porque durante alguns anos da minha vida eu freqüentei diariamente uma Universidade Federal e lembro que no início do meu curso, ainda na era FHC, tínhamos aulas com estagiários, pois não havia professores para dar aula aos alunos dos primeiros períodos. Quando íamos fazer provas, os professores anotavam no quadro as questões e nós tínhamos que escrever em folhas de cadernos ou de papel pautado, pois não havia papel A4 para impressão dos exercícios. Fiquei seis meses em casa por causa de uma greve, onde os professores pediam aumento de salário, pois, há oito anos, não havia reajuste salarial para os mesmos. Lembro muito bem de ouvir um professor nos dizendo que iria trabalhar em uma faculdade particular de Recife, pois a única coisa que a Federal lhe dava era Status e isso não enchia a barriga de ninguém. O laboratório do departamento onde eu estudava não tinha, sequer, computadores com acesso a internet. Algo hoje imprescindível não estava ao alcance dos alunos da UFPE.
O PSDB privatizou a Vale do Rio Doce (a segunda maior mineradora do mundo). Uma empresa que era o orgulho de um povo e que trazia lucros absurdos para o país e que poderiam ser investidos para o próprio povo brasileiro foi vendida a preço de banana para um conglomerado de empresas estrangeiras. O nosso capital que fora construído com esforços dos nossos avós e pais estava indo parar nas mãos de gente de fora do Brasil. E eu digo mais, só não fizeram isso com a Petrobrás (Empresa que quase mudou de nome e causou uma dezena de desastres ecológicos e teve duas plataformas afundadas na gestão FHC) porque não deu tempo. A máxima getulista que dizia “O Petróleo é nosso” quase foi para o buraco.
                Os aeroportos brasileiros ficaram sucateados. O aeroporto de Recife não tinha condições mínimas para acomodação de aeronaves de grande porte que faziam linhas internacionais, além de ser ultrapassado e de difícil acomodação para o turista. Não é a toa que hoje, após a reforma promovida por Lula, o antigo terminal se tornou um museu.
O programa bolsa família, que muitos julgam como assistencialista, foi o responsável por tirar milhões de pessoas da linha da pobreza, trazendo dignidade para o povo. O Minha Casa Minha Vida deu teto para as pessoas e eu sou um exemplo disso, pois antes dos 30 anos posso me gabar de ter conseguido a minha casa, coisa que meu pai demorou mais de 40 anos para conseguir.
As universidade chegaram ao interior do Brasil e não é mais preciso fazer os estudantes saírem dos aconchegos de seus lares para virem para as cidades grandes para estudar. Eles agora podem estudar próximos às suas famílias e serem úteis nos locais onde nasceram. 
O país virou um canteiro de obras. Só no meu bairro existem dois enormes conjuntos habitacionais populares sendo construídos neste exato momento e somem esses dois as inúmeras casas, vilas e apartamentos que são construídos a um toque industrial e vendidos com subsídios governamentais e parcelados em até 30 anos por intermédio da antes subestimada Caixa Econômica Federal.
O Brasil pagou a dívida com o FMI e se tornou auto-sustentável no petróleo. Essas condições econômicas que tornam o Brasil um país realmente independente do capital estrangeiro, além de respeitado e admirado no quadro internacional por ser a sétima maior economia do mundo.  
A indústria automobilística nunca vendeu tanto por causa do acesso rápido ao crédito da maioria da população e da diminuição do IPI promovida pelo governo federal.
Esses e outros fatos me fazem acreditar que minha consciência está tranqüila em fazer campanha para Dilma, mesmo que seja por retribuição ao que o governo Lula fez pelo meu Estado, pela minha região e pelo meu país.
Sei muito bem que Dilma não é a candidata dos nossos sonhos, mas sei perfeitamente que Serra é o candidato dos nossos maiores pesadelos e por isso peço: caso você não queira votar em Dilma, tudo bem, esse é um direito seu, mas por favor não vote em Serra. Vote nulo, mas não vote em Serra.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O Ponteirinho da Gasolina


Você está parado num posto de gasolina. O motor está desligado. O frentista está lá em pé ao seu lado e a bomba de gasolina não para de rodar os números de abastecimento. Você muda a música que está tocando e espera ele acabar. Tira o dinheiro ou o cartão de crédito da carteira e paga. Liga e de repente vê o ponteirinho da gasolina subir. O motor ronca como quem diz: “ACELERA”. Você vai embora curtir a vida em seu carango e ver como é bom ele estar com você para o que der e vier.

Sabe por que isso acontece? Porque você, assim como eu, sabe o quanto demorou até você sentir o prazer de ter seu próprio meio de locomoção motorizada. Porque você viu coisas absurdas dentro dos “busões” da vida e jurou para si mesmo que um dia compraria um carro e se livraria de vez daquela tortura diária.

A melhor sensação de um homem não é a ereção e sim a elevação do ponteiro da gasolina, afinal quando ele demonstra que o tanque está cheio isso abre caminho para que ele possa fazer várias outras coisas (inclusive ter ereções).

Você se senta em seu carro e olha para todo o ambiente que está ao seu redor. É como se tudo aquilo fosse seu. O mundo inteiro é seu. A vida é sua. Você pode dobrar em qualquer esquina e ver qualquer coisa que queira ver. Pode olhar para o pessoal dentro do ônibus e dizer: “aí, seus fracassados, olhem para meu carango e morram de inveja”. O carro ajuda você demais em qualquer momento. Até quando ele está parado na sua garagem sem nenhuma utilidade visível ele ajuda você a saber que a hora que você precisar ele estará lá. Ele é seu melhor amigo. Ele lhe faz estar pronto para qualquer (qualquer, mesmo) situação.

Agora, sabe o que mais me impressiona na vida? Ver gente que ainda abre a boca para dizer que gosta de andar de ônibus. O que diabos uma pessoa que diz isso tem na cabeça? Ainda se o sistema de transporte público das nossas grandes cidades fosse algo próximo do decente, eu até toleraria esse tipo de afirmação, mas é um lixo.

Você acorda cedo, anda uma eternidade até chegar na parada mais próxima e espera, espera, espera, espera até o cretino do motorista do ônibus resolver queimar a sua parada. Você fica puto, chama todos os palavrões possíveis e espera, espera, espera até que chega outro ônibus que vem lotado mais do que o normal porque o outro que você perdeu veio pegando todo mundo que ficou na mesma situação que você. Então você entra e dá um bom dia para o motorista que não lhe responde, é claro, se acomoda no ônibus (em pé, porque nessa altura do campeonato achar um lugar para sentar é como ver enterro de anão e pesquisador do ibope) e agüenta a viagem que você julga que será de paz, mas você esqueceu da criançada indo pro colégio e conversando besteira atrás de você. Esqueceu também daquele Mané que resolveu botar o celular tocando brega no banco de trás para todo mundo ouvir. Esqueceu dos estudantes com as mochilas nas costas passando e batendo em todo mundo como se o ônibus estivesse vazio Esqueceu dos freios intermináveis e das crianças chorando e vomitando dentro do busão. Enfim... visão do inferno.
Ah, e tem a melhor parte. Você pediu parada. Se acomodou na fila das pessoas que vão descer naquele mesmo ponto. Aí , de repente, você sente os dedinhos tocando em suas costas como se alguém estivesse lhe chamando. Você olha, pensando ser alguém conhecido e de repente a pessoa lhe pergunta: “Vai descer agora, é?”. Isso me irrita profundamente. Dá vontade de responder: “não, eu gosto de atrapalhar a vida das pessoas e ficar no meio do caminho só de sacanagem”.
Não, meus caros amigos leitores. Me deixem no meu carango 2001 sem ar-condicionado. Prefiro gastar uma grande parcela do meu salário subindo o ponteirinho da gasolina do que economizar usando o nosso transporte coletivo.

Fiquem com Deus.

*Este texto foi sugestão do leitor e amigo Rodrigo Niskier.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Gente colorida é uma merda


Aí você está sentado no ônibus e de repente entra um cara com uma franja que cobre um olho, camiseta colada lilás, óculos azul e calça amarela. Então você olha e se pergunta:  “que porra é essa?”. Daí ele senta atrás de você, liga o celular e começa a ouvir uma musiquinha (que ele poderia muito bem ouvir no fone de ouvido, mas não o faz de propósito) do Restart, Cine e outras merdas dessa. Você olha para a janela e diz: “onde é que foi parar os neurônios dessa juventude de hoje?”.

A princípio você pode concluir que está ficando velho, careta, noiado, ou coisas do tipo, mas a verdade é que a juventude imbecilizou-se. É fácil constatar isso. Veja o exemplo de comportamento que essas crianças estão tendo. Na minha época, o cara que chegasse no colégio com uma calça amarela e camisa lilás seria taxado de viado, mas hoje até parece que ser viado está na moda. Eu fico pensando como será nos tempos dos meus filhos.

Quando eu era adolescente, nós nos reuníamos para conversar sobre os discos das bandas, trocar informações, pegar livros emprestados, ir ao cinema e coisas de adolescente que deseja ser alguém na vida. Hoje eu vejo essa gente colorida e fico pensando onde foi que nós erramos. O que foi que a minha geração fez de errado para gerar gente tão alienada?

A resposta é fácil: nós nos omitimos. Isso mesmo. Você, Rodrigo, você, Suélen, Você, Joanna, você, Bruno, você, Aline. Você se omitiu. E nem venham me dizer que isso não é verdade. Nós crescemos num mundo que nos obrigou a pensar somente em nossos umbigos. E eu não me excluo disso, não.

Essa gente colorida é fruto do nosso descaso. De uma geração que não soube se impor perante as adversidades sociais, políticas, culturais e educacionais. Essa gente colorida é o retrato do quão pobre é a situação da nossa juventude. Essa gente vai cuidar do nosso país daqui a alguns anos. Imagine só como será essa merda de nação com esse povo no poder.

Gente sem ideologia que pensa (se é que pensa) que atitude é botar uma bexiga de uma roupa pra chamar atenção, se dizer rockeiro e se achar um cara incompreendido. Só um recado para você que é assim: ô, babaca, você se acha incompreendido, porque é impossível compreender você.

Só estou postando este texto porque vi na MTV (que fez a alegria dos meus tempos adolescentes quando me apresentou Radiohead, Screaming Trees, Sonic Youth, Tool, Elliot Smith, Fiona Aplle e outros) premiando o Restart como banda do ano. A única coisa que lavou minha alma foi a vaia quando aqueles ”incompreendidos” subiram para receber o prêmio.


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Um texto sobre Marco Maciel

Este texto está a disposição no Blog do Jamildo e só estou publicando no Vivendo com gente doida porque concordo com absolutamente tudo que o jornalista pensa em seu artigo.

 

Leiam, reflitam e votem com consciência.

 

Maciel DEMolido

POSTADO ÀS 22:27 EM 08 DE Setembro DE 2010

Por Alberto Lima, de Paris
Marco Maciel tombará. Perderá a primeira eleição da sua vida. Será lapeado pela onda Lula que, longe de ser uma marolinha, é um tsunami que engolfa Pernambuco e promete não deixar de pé qualquer verdadeiro opositor do Governo Federal existente no Estado.
Maciel, justiça se faça, não é opositor. Nunca foi, aliás, opositor a nada na história política do Brasil. Maciel sempre foi poder.
Esteve, no máximo, como hoje: em partido que está na oposição. E, quando nessas circunstâncias, sobrevivia politicamente graças a uma entranhada estrutura orgânica estatal, cujos vasos comunicantes jorravam seiva pública que jamais secava a seres ávidos.
Hoje, o que sobrou dessa estrutura orgânica estatal está velho, retorcido, podre. Parte significativa desse entulho chama-se DEM, onde está Maciel.
O DEM de Maciel está na oposição. Mas não é propriamente um partido. É um ajuntamento de cacarecos fisiológicos saudosos das tetas fartas em que mamavam. É DEM de demeritório, de demi-monde, de demagógico, de demóboro, de démodé.
Marco Maciel é maior do que a sigla a que pertence, tem mais visão que ela. Mas é demissionário da política porque não soube recriar essa turma que trata o Brasil como um feudo e resistiu a mudar quando o país mudou. O DEM é uma versão picaresca de legenda, é um estelionato político, é um nome novo para velhas práticas, uma prostituição alfabética que travestiu o P de D, o F de E e o L de M para diferenciar, sem sucesso, o antigo PFL daquilo que é hoje.
Maciel será vítima da cegueira política do seu bando, da demência dessa gente que perdeu o rumo puramente por inanição de poder.
É certo que, em Pernambuco, já se esperava que a oposição a Lula seria derrotada. Isso já traria prejuízos ao velho Marco, nominado pelo insuspeito periódico Papa-Figo de “verdadeiro Marco Zero de Pernambuco”.
É notório, ainda, que não se acreditava que Jarbas Vasconcelos, governador do Estado por duas vezes, senador de meio mandato, fosse trucidado na campanha ao Palácio das Princesas pelo neto de Arraes, um seu criador, e principalmente pela traição de aliados políticos que lhe foram tão caros, como Sérgio Guerra. Outro ponto desastroso à reeleição de Maciel ao Senado.
Mas, sem dúvida, o que mais prejudica esse canídeo da política pernambucana é o fato de estar agregado à massa amorfa e vazia do DEM, cuja falta de discurso e coerência para representar a oposição vai levá-lo a um desastre eleitoral em outubro próximo que o varrerá do mapa de norte a sul do país.
Marco Maciel começou a campanha em um palanque armado sobre palafitas podres. Hoje, está agarrado a um pau de sebo, a única coisa que restou depois do desabamento da pseudo-estrutura jarbista. Vem em queda livre nas pesquisas desde o início da disputa.
Se Eduardo Campos souber imprimir gás aos últimos dias da corrida eleitoral, gravará no código genético da política pernambucana uma vitória sem precedentes históricos. Esfacelerá um inicialmente fortíssimo candidato adversário ao governo e elegerá os dois senadores da sua chapa, arrancando a cadeira de um dos mais significativos ícones do Brasil nos últimos 50 anos.
Sou tentado a crer que, na noite de 3 de outubro de 2010, Eduardo dormirá com um sorriso nos lábios mais espichado do que o que avô dormiu em 86. Porque terá feito melhor do que ele. Não voltou do exílio para derrotar os adversários. Mas derrotará os adversários e os mandará para o exílio.
Alberto Lima, jornalista

sábado, 28 de agosto de 2010

Orgulho de ser NERD

Eu sou (ou fui) Nerd. Não tenho vergonha alguma de admitir isso. Sempre tirei notas boas no colégio. Nunca reprovei. Gosto de desenho animado, TV, músicas estranhas, filmes de ficção científica, computador (com internet, lógico), livros, parafernálias eletrônicas entre outras coisinhas. Ser nerd nunca foi um problema para mim.

Eu também admito que a vida de um nerd é um pouco mais difícil do que a de um não-nerd. Na adolescência parece que o mundo todo resolveu abaixar as suas calças na frente da menina que você gosta e não tem coragem de dizer (e essa aconteceu de verdade, mas deixa isso para lá). Você vira piadinha na escola, nenhuma menina quer dar bola para você, você acredita em coisas que não existem como o amor a primeira vista, duendes, gnomos, Darth Vaider, Hobbits e outras lendas.

Na verdade o que acontece é que as pessoas que passam o ano inteiro querendo tirar uma com a sua cara só lembram de te dar um bom dia quando o ano está acabando e eles estão fudidos precisando de nota para passarem de ano. Durante o ano inteiro esses caras se preocupam em beber doses cavalares de cerveja, fumar todas as marcas de cigarros possíveis, comer todas as meninas da escola e serem pais aos 16 anos, fumar maconha, serem expulsos de sala de aula e aí quando precisam passar de ano diante de vida tão movimentada eles lembram de quem? De nós, os NERDS.

É assim mesmo. Hoje eu acho legal essas historinhas porque sei que muita gente que se aproveitava de mim no passado hoje não passa de um fracassado, mas deixa o rancor para outra hora porque, afinal de contas, eu não sou o Jorge Kajuru.

Tem algumas coisas da vida de um nerd que merecem reflexão. Em geral, o nerd tem dificuldade de relacionamentos com o sexo oposto. Tudo bem que isso é normal na adolescência, mas no caso de um nerd essa dificuldade multiplica-se por três.

Hoje a tarde estava dirigindo e meu irmão contou a história de um nerd que era amigo dele de colégio e que para piorar a situação ainda tinha a alcunha de feio exaltada todos os dias ao entrar na escola. Um belo dia esse exemplar nerd (cujo o nome será omitido por motivos óbvios) chegou na escola revelando que uma menina no MSN estava demonstrando interesse por ele (e isso é outra coisa a ser descrita na personalidade nerd, pois, afinal, nerd de verdade só começa a namorar via internet). Meu irmão então procurou saber detalhes das conversas que os dois tinham virtualmente e o menino então mostrou até as fotos da suposta garota.

Para resumir a conversa, meu irmão descobriu que na realidade esse seu amigo nerd havia criado um MSN falso com o nome de uma menina que também não existia e ficava criando conversas entre a menina e ele para mostrar para os amigos que ele nem era tão feio nem tão nerd assim.

Para piorar a situação outras pessoas descobriram essa história e aí o nerdzinho virou a piada da sala. Também pudera, vamos ser nerds, mas daí a ser profissional é demais.

Vou nessa, meus caros meus. Hoje me orgulho do meu passado e presente nerd, pois apesar dos pesares, sei que foi graças a ele que me tornei um adulto responsável e esforçado.

God bless you.

*25 de maio, o Dia do Orgulho Nerd.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A Metáfora do Biotônico Fontoura

“A vida era melhor naquela época em que todos os problemas podiam ser resolvidos com Biotônico Fontoura.” @bomdiaporque

Eu estava olhando a minha página no twitter (@GustavoVaz81) quando vi esta frase postada por um engraçado desta rede de relacionamentos. Fiquei olhando para ela e pensei: “taí um bom assunto para ser comentado no Vivendo com gente doida.

Já perceberam como a inocência foi perdida? Em que lugar você deixou a sua? Em que época você perdeu a sua inocência? Essas questões são difíceis de responder porque a idéia de inocência simplesmente nos foge a cada vez que temos um pensamento maldoso qualquer.

Antigamente, nós acreditávamos que tudo que nossos pais dissessem era a mais a pura verdade. Nós crescíamos e continuávamos respeitando as opiniões dos nossos entes queridos como sendo uma verdade quase absoluta. O problema é que um dia você cresce e “BUM”, a bomba da sabedoria explode e os questionamentos por mais bobos que sejam começam a aparecer. Surge a idade do “por que”. A criança começa a perceber as coisas e pergunta o “porquê” de tudo. E os pais acham isso engraçadinho, ao invés de perceberem que é apenas mais um estágio da evolução humana. Pai e mãe costuma repreender esses “porquês”, pois, na maioria das vezes, não têm paciência para tantas repostas.

Eu não sou psicólogo, nem médico nem pedagogo, mas posso dizer com certeza que essa repreensão a curiosidade de um ser que está desbravando o mundo é um problema para a sociedade como um todo. Nós crescemos adultos cada vez mais inseguros, infiéis, ignorantes e superficiais. A perda da inocência deixa de ser um processo natural do ser humano e torna-se algo ditado pela mídia, pois os pais, que deveriam ter a responsabilidade de ensinar aos filhos, repassam tal problema para a televisão e o rádio.

Digo tudo isso porque vejo exemplos todos os dias do exposto aqui. Crianças de 5 anos cantando “Ela sai de saia e de bicicletinha\ uma mão vai no guidão e outra tapando a calcinha” é tão deprimente quanto a reação de alegria dos pais ao verem tal cena. Quando você ri para o seu filho ao reparar tais estrofes saírem de suas inocentes bocas, você está incentivando essa criança a perder a sua inocência cada vez mais rápido.

Eu sou do tempo (pense num caba véio) em que criança ouvia música de criança e assistia a programas de criança, mas esse tempo ficou para trás, pois a velocidade das informações é cada vez mais rápida.

Não tenho filhos, mas tenho medo de como as coisas estarão quando eles aparecerem em minha vida. Gostaria muito de tê-los e fazer deles adultos inteligentes que questionem o mundo em que vivem. A sociedade prega um tipo de educação onde nada pode ser questionado, como se a sociedade estivesse sempre certa e você fosse apenas mais uma peça da engrenagem. George Orwell já dizia isso em seu clássico livro chamado “1984” editado no ano de 1956. Hoje, mais de 50 anos depois, tudo que ele previa está se realizando. Todas as vezes que nós vamos de encontro ao que é pregado pela sociedade sofremos uma retaliação intelectual ao simples ato de pensar.

Eu gostaria muito de ver a inocência de um puro Biotônico Fontoura de volta, pois ela sim é o que faz o mundo se desenvolver andando para frente.

Entenda, não quero que a população seja enganada com falsas promessas de que um simples tônico é capaz de resolver todos os problemas, mas gostaria de ver as pessoas sendo o que elas devem realmente ser. Criança como criança, adulto como adulto. Sem que haja uma crise moral dos nossos costumes, culturas e tradições.

Essa cultura de massa me dá ânsia. Será que um Biotônico Fontoura resolve?

terça-feira, 27 de julho de 2010

Cinco motivos para você escutar música


No último dia 13 de julho se comemorou o dia internacional do Rock que começou na ocasião de um evento chamado Live Aid promovido pelo Bob Geldoff em 1985 para arrecadar fundos para o combate a fome na Etiópia. O evento teve estrelas como The Who, Led Zeppelin, Dire Straits, Queen, David Bowie, U2, Paul McCartney e Black Sabbath.

Estou dando essa introdução só pra dizer que o assunto de hoje é Rock’n Roll. Diante de tanta porcaria que essa juventude de hoje está escutando decidi falar de cinco bandas que eu considero como sendo essenciais para qualquer pessoa que resolveu conhecer o Rock.

Nem se preocupe que eu não vou perder tempo colocando bandas de mil novecentos e antigamente. Vou pôr apenas bandas em atividade e mais recentes possíveis.

1 – Radiohead: Pense numa banda criativa. Pensou? Essa que você pensou é o Radiohead. Os caras conseguem se reinventar a cada disco. Recomendo o Ok Computer e o experimental KID A. Veja: http://www.youtube.com/watch?v=fHiGbolFFGw;

2 - Pearl Jam: Banda de macho com o maior vocalista dos anos 90. Todo mundo fala do Nirvana, mas se esquece que o Pearl Jam foi a única banda do grunge que vingou de verdade. Escute Yield e No Code e entenda o que eu estou dizendo. Veja http://www.youtube.com/watch?v=3sim-DoNfs4&feature=fvst;

3 – Interpol: se tem uma banda nova que vale a pena ser ouvida é essa aqui. Uma atmosfera que remete a Joy Division, The Cure e Sisters of Mercy. Um som sombrio e com temáticas estranhas que fazem você se arrepiar a cada música nova. Escute Turn on the bright lights e Our Love to Admire. Veja: http://www.youtube.com/watch?v=BgROCTkVHJY;

4 – Arctic Monkeys - banda que apareceu primeiro na internet e depois tomou conta do mundo com um Rock’n Roll autêntico e sem muita frescura. Cada música parece ter mais potência que a outra. Ouça Whatever People Say I Am, That's What I'm Not. http://www.youtube.com/watch?v=paETKTgaH-k;

5 – Them Crooked Vultures: Dave Grohl (Nirvana e Foo Fighters) na bateria, John Paul Jones (Led Zeppelin) no baixo e Josh Holme ( Queens of the Stone Age) na guitarra e na voz. Sinceramente, se esses caras fizesse um disco ruim vocês poderiam deixar de ouvir música para sempre. Escute o primeiro Them Crooked Vultures, mas prepare os ouvidos antes. Veja: http://www.youtube.com/watch?v=S7_vH3H8LPI.

Acho que agora vocês tem 5 motivos para deixar de ouvir Restart, Nx Zero e o moleque do Justin Bieber.

Que o Senhor esteja com vocês.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Vale a pena

Eu não durmo bem
Mas você está ao meu lado
Tossindo e tremendo de frio
E a semana tem sido difícil
Muita coisa acontecendo
Eu trabalho como sempre
Eu me canso como nunca
E a vida é uma cachaça
Embriagante e entorpecente
E as nossas fotos naquele quadro
Lembram que vale a pena
Tantas coisas a fazer
Tanto dinheiro que não temos
Tanto barulho e gente indecente
Textos jogados no chão
E o seu sono pesado
Fazendo acreditar naquelas frases
Que sempre soam piegas
Aumentam meus medos
Esfumaçam meus pensamentos
Mas o seu rosto ao meu lado
Seus cabelos assanhados
Ainda me fazem acreditar
Que o dia vai nascer feliz
Mesmo que eu não durma novamente

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Vai uma sopinha, aí?


Eu não gosto de sopa. Tem muita gente que quando ouve eu dizer isso diz que não entende como eu posso não apreciar tão delicioso prato da nossa popular culinária.

E olhe que tem sopa pra todos os gostos. Tem de carne, de feijão, de legumes, canja, clado verde, caldo de cebola, enfim, tem de tudo no mundos dos alimentos liquidificados.

Mas o fato é que se eu tivesse que viver tomando sopa eu viraria um revolucionário contra este tipo de alimento.

Pense comigo: sopa é alimento ou bebida? Eu posso responder essa pergunta com outra pergunta. Você come ou toma sopa? Pense cuidadosamente em que você vai responder, pois a resposta é capaz de fazer você entender todos os meus pensamentos sobre este assunto. A resposta é TOMA. Ou seja, você não come a sopa o que me leva a crer que sopa na é comida porque se fosse você não tomaria.

Outra questão com relação a este alimento diz respeito aos modos de produção da mesma. Sopa é feita com tudo que supostamente não serve mais para o consumo humano. O feijão de três dias atrás que supostamente iria pro lixo, tem gente que olha e diz “não joga fora, não, que a gente bate no liquidificador e faz uma sopinha”. O legume que ninguém vai comer, tem gente que pega, pica tudo direitinho, junta com arroz ou macarrão que sobrou do almoço e faz uma sopinha também.

Agora, de todos esses, o que mais me impressiona é a produção da, talvez, mais popular das sopas: a canja de galinha. Geralmente todos os ossos da galinha que você joga fora ou simplesmente dá pro seu cachorro é o que gera esse alimento em conjunto com arroz de ontem. E ainda tem gente que diz que canja de galinha não faz mal a ninguém. O que eu acho mais interessante é que geralmente quando a pessoa está doente, a mãe e a avó vêm com a sopinha e ainda dizem para você: “Tome, meu filho. Você precisa se alimentar”, como se aquela merda alimentasse alguém.

E o caldo verde? Esse então é uma maravilha. Alguém sabe dizer o que diabos tem dentro daquele negócio? Eu, sinceramente, não sei responder. Só sei que de todas as sopas essa talvez seja a única que tem um pouco da minha simpatia. Provavelmente pelo fato de ter um monte de caldo knorr dentro o que disfarça o sabor dos outros alimentos.

Outra coisa bastante interessante no consumo da sopa é que esse tipo de alimento você come, come, come, come e depois tem que comer outra coisa, pois você continua com fome. Toda sopa sempre vem acompanha de um pãozinho para você se sentir saciado com mais facilidade, o que me leva a crer que o alimento principal na verdade é o pão e que a sopa seria um mero de um acompanhamento muito do mixuruca.

Meus caros amigos, por hoje é só. Vou indo antes que minha sopa esfrie. Deus os abençoe.