sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Meus pensamentos sobre nosso processo eleitoral


Este texto não é mais um texto que chegou no e-mail e eu resolvi repassar, é apenas um desabafo de um cara de 29 anos que está vendo as coisas acontecerem e não quer ficar de braços cruzados vendo aquilo em que ele acredita se desfazer em horário nobre.
Tenho visto nesses últimos dias uma das coisas mais nojentas da minha vida: a propaganda eleitoral tucana do segundo turno visando derrubar os números das pesquisas que mostram a candidata do PT à presidência na frente.
O Sr. José Serra visa, através do enorme poder de manipulação que tem em seus discursos, iludir o povo com toda a sua falácia e articulação. Parece agora que o PSDB é o partido que salvará o país do desastre total. Os tucanos agora aparecem como paladinos da justiça e da ética, mas não citam em momento algum as atrocidades acontecidas nos oito anos de FHC no poder.
O caso do superfaturamento das ambulâncias no que ficou conhecido como a “máfia dos sanguessugas”, o escândalo da compra de votos para aprovação da emenda de reeleição de FHC, as lavagens de dinheiro ocorridas nas privatizações, a chefia do mensalão promovida pelo então presidente do PSDB e ex-governador de MG, Eduardo Azeredo e que ainda está sob investigação, a cassação de José Roberto Arruda, ex-governador do DF e mais cogitado para ser vice de Serra no atual processo eleitoral  e outros que uma simples consulta ao Google pode muito bem esclarecer.
Mas neste texto eu não quero fazer anti-propaganda, pois assim eu me colocarei no mesmo patamar de baixaria da tucanada. Quero, sim, falar das coisas que eu acredito e das que eu acho absurdas.
O PSDB sucateou o ensino público universitário brasileiro. Digo isso porque durante alguns anos da minha vida eu freqüentei diariamente uma Universidade Federal e lembro que no início do meu curso, ainda na era FHC, tínhamos aulas com estagiários, pois não havia professores para dar aula aos alunos dos primeiros períodos. Quando íamos fazer provas, os professores anotavam no quadro as questões e nós tínhamos que escrever em folhas de cadernos ou de papel pautado, pois não havia papel A4 para impressão dos exercícios. Fiquei seis meses em casa por causa de uma greve, onde os professores pediam aumento de salário, pois, há oito anos, não havia reajuste salarial para os mesmos. Lembro muito bem de ouvir um professor nos dizendo que iria trabalhar em uma faculdade particular de Recife, pois a única coisa que a Federal lhe dava era Status e isso não enchia a barriga de ninguém. O laboratório do departamento onde eu estudava não tinha, sequer, computadores com acesso a internet. Algo hoje imprescindível não estava ao alcance dos alunos da UFPE.
O PSDB privatizou a Vale do Rio Doce (a segunda maior mineradora do mundo). Uma empresa que era o orgulho de um povo e que trazia lucros absurdos para o país e que poderiam ser investidos para o próprio povo brasileiro foi vendida a preço de banana para um conglomerado de empresas estrangeiras. O nosso capital que fora construído com esforços dos nossos avós e pais estava indo parar nas mãos de gente de fora do Brasil. E eu digo mais, só não fizeram isso com a Petrobrás (Empresa que quase mudou de nome e causou uma dezena de desastres ecológicos e teve duas plataformas afundadas na gestão FHC) porque não deu tempo. A máxima getulista que dizia “O Petróleo é nosso” quase foi para o buraco.
                Os aeroportos brasileiros ficaram sucateados. O aeroporto de Recife não tinha condições mínimas para acomodação de aeronaves de grande porte que faziam linhas internacionais, além de ser ultrapassado e de difícil acomodação para o turista. Não é a toa que hoje, após a reforma promovida por Lula, o antigo terminal se tornou um museu.
O programa bolsa família, que muitos julgam como assistencialista, foi o responsável por tirar milhões de pessoas da linha da pobreza, trazendo dignidade para o povo. O Minha Casa Minha Vida deu teto para as pessoas e eu sou um exemplo disso, pois antes dos 30 anos posso me gabar de ter conseguido a minha casa, coisa que meu pai demorou mais de 40 anos para conseguir.
As universidade chegaram ao interior do Brasil e não é mais preciso fazer os estudantes saírem dos aconchegos de seus lares para virem para as cidades grandes para estudar. Eles agora podem estudar próximos às suas famílias e serem úteis nos locais onde nasceram. 
O país virou um canteiro de obras. Só no meu bairro existem dois enormes conjuntos habitacionais populares sendo construídos neste exato momento e somem esses dois as inúmeras casas, vilas e apartamentos que são construídos a um toque industrial e vendidos com subsídios governamentais e parcelados em até 30 anos por intermédio da antes subestimada Caixa Econômica Federal.
O Brasil pagou a dívida com o FMI e se tornou auto-sustentável no petróleo. Essas condições econômicas que tornam o Brasil um país realmente independente do capital estrangeiro, além de respeitado e admirado no quadro internacional por ser a sétima maior economia do mundo.  
A indústria automobilística nunca vendeu tanto por causa do acesso rápido ao crédito da maioria da população e da diminuição do IPI promovida pelo governo federal.
Esses e outros fatos me fazem acreditar que minha consciência está tranqüila em fazer campanha para Dilma, mesmo que seja por retribuição ao que o governo Lula fez pelo meu Estado, pela minha região e pelo meu país.
Sei muito bem que Dilma não é a candidata dos nossos sonhos, mas sei perfeitamente que Serra é o candidato dos nossos maiores pesadelos e por isso peço: caso você não queira votar em Dilma, tudo bem, esse é um direito seu, mas por favor não vote em Serra. Vote nulo, mas não vote em Serra.

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