terça-feira, 1 de março de 2011

Metendo o pau


Eita, que pensamento poluído. Não tem nada a ver com atrocidades sexuais, seu pervertido. Na verdade não tem nada a ver com as coisas que eu já escrevi nesse humilde blog.

Primeiramente quero pedir perdão aos meus amigos leitores pelos meses de ausência virtual, mas não deu mesmo para escrever sobre nada nesses últimos dias.

Já notaram que é muito fácil falar mal de todo mundo, né? E quem não gosta de falar mal de alguém pelo menos uma vez na vida? É fato: a crítica faz bem ao ser humano. Convenhamos que falar mal de coisas ruins e que todo mundo odeia é muito fácil, portanto, hoje eu vou fazer o contrário e falar mal de coisas que todo mundo adora (inclusive eu). Artistas que as pessoas admiram, amam, idolatram (inclusive eu). Músicas clássicas que poderiam estar entre os top 10 da vida de qualquer pessoa (inclusive eu).

Claro que essa idéia não saiu da minha cabeça doentia. Vi o grande colunista André Barcinsky fazendo isso e resolvi fazer também. Vamos lá meter o pau e começaremos por:

·                    Renato Russo: Existiu alguém mais egocêntrico, clichê, maníaco, estrela e mal educado do que esse cara? Fala a verdade. De cada dez músicas que Renato Russo escreveu pelo menos nove eram sobre as dúvidas existenciais gays da vossa majestade falada neste tópico. Isso tudo sem tocar no espírito de líder que não dava oportunidade para os outros membros (medíocres) da Legião Urbana se expressarem.

·                    Cazuza: Igual a ele eu conheço um monte que não teve a oportunidade nem a sorte de ser filho de diretor de gravadora. Com uma vida cheia de aberrações sexuais, comportamentais e porralouquices (dignas de um Calígula pós-moderno) não serve de exemplo nem para um gato vagabundo no meio da rua.

·                    Ramones: Banda de quatro caras drogados que resolveram fazer música sem ao menos se darem o trabalho de aprenderem os instrumentos que tentavam tocar. De tanto esmurrar os instrumentos acabaram fazendo uns discos, mas nunca deixaram de ser isso aí.

·                    Ana Carolina: testorena feminina brega tantando ser chique, porque cantora brasileira que toca violão pode ser a coisa mais brega do mundo, mas o público acha chique. Faz umas versões de uma músicas toscas americanas que não fazem sucesso nem no país delas e bota sempre um cara para cantar, porque dueto é cool (afinal até Frank Sinatra já fez, né?).   

·                    Red Hot Chilli Peppers: Bandinha de uns cara malhados com caras de surfistas que se entopem de drogas e se acham budistas com musiquinhas com lições de moral que nem eles levam a sério.

·                    Nirvana: Pearl Jam sempre foi melhor ( essa é pra você Aldenio).

·                    The Beatles: Eram os emos do anos 60 com os cabelinhos cortadinhos e canções falando de amor pré adolescente.

·                    Rolling Stones: Quatro velhões que em qualquer lugar do  mundo estariam em suas casas de repouso e se acham legais porque tocam a 40 anos I can’t get no satisfaction. Atitude, malandro.

·                    Charlie Brown Jr.: hahahahahahahahahahahahahaha (Gostou do meu senso de humor?)

·                    Madonna: É virgem até hoje. Tenho certeza.


Fiquem com Deus.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ô, Gente Fútil


Fútil no dicionário quer dizer sem importância, incapaz e inútil. Tudo que é fútil é aparentemente desprezível para o ser humano e não vai mudar nada na vida das pessoas caso falte.

Em minha trajetória eu me deparei com um monte de gente fútil tanto na vida pessoal como na profissional e até mesmo na sentimental. Pessoas que seriam incapazes de distinguir fatos relevantes para o mundo de um prato de papa gelado. Gente que sequer sabe a importância da vida em sociedade.

Mas não preocupe-se, pois neste texto eu não vou perder tempo filosofando sobre a futilidade. Vou apenas contar pequenos “causos” que presenciei ou ouvi falar de fontes extremamente confiáveis.

Os nomes serão omitidos por motivos óbvios, apesar de eu morrer de vontade de dizer quem foram os autores das pérolas.

1 – MEU CACHORRO É SER HUMANO
Estava deitado com uma ex-namorada na rede do terraço da casa dela conversando besteirinhas de namorados, quando por algum motivo tocamos no assunto (bastante produtivo) das diferenças entre os homens e os animais. De repente eu disse:
- É, existem muitas diferenças entre os cachorros e os seres humanos.
- Como assim? – dizia minha ex.
- É claro, afinal cachorro não é ser humano. – respondia com total certeza do que eu estava dizendo.
- Só se for para você, porque o meu cachorro é um ser humano sim. É lógico que cachorro é ser humano.

Aí eu olhei para a cara dela certo de que ela estava brincando e até ri da afirmação, mas para a minha tristeza não era brincadeira coisíssima nenhuma. Ela realmente acreditava que TODO cachorro era ser humano.

Meu choque foi tanto que eu mudei de assunto na hora para não me zangar com a afirmação e começar uma briga sem sentido.

2 – CHICLETE É TUUUUUUUUUUDO DE BOM
 A punheta desgraçada do Chiclete com Banana está todo mês em Recife e ainda tem um monte de órfão do Recifolia que vai, mas deixa isso para lá...

Eu trabalhava numa empresa de tecnologia em Boa Viagem e lá tinham entrado junto comigo um grupo de uns seis novatos. A princípio andava tudo muito bem, mas aos poucos eu fui enxergando o nível de futilidade daquelas pessoas. Passavam o tempo inteiro falando besteira e nas segundas-feiras passavam quase o dia inteiro comentando como tinha sido suuuuuuuuper fim de semana.

Era o tempo todo falando de festas, de cachaça, de praia e de tudo que você puder imaginar. Parecia realmente um fã clube empresarial do Chiclete com Banana, porque nos seis meses que passei lá devo ter ouvido todos os discos da carreira dessa banda baiana. QUASE PIREI!!!!

Cheguei ao ponto de entrar calado e sair mudo da empresa por causa da quantidade de cuneiformes fecais que saíam das bocas e das mentes daqueles idiotas.

Meu descontentamento era tanto que aos poucos eu fui me desmotivando para o trabalho até que meu superior percebeu isso e me deu o cartão vermelho.

3 – EU TRABALHO, MEU FILHO

Eu estava dando aula na escola em que ainda trabalho quando começou a rolar ruma discussão entre os alunos sobre alguma coisa que eu não lembro.

De repente um aluno fez um comentário que chateou uma aluna que chamarei apenas de “J”. aí ela respondeu:

- Meu filho, vá arrumar alguma coisa para fazer. – em tom indignado.
- Eu estudo, minha filha. – respondeu o aluno. -  e tu que falta mais do que tudo?
- Eu trabalho, meu filho. – respondeu “J”.
- Putz, então eu estou lascado. eu tabalho desde os 18 anos. - respondeu outro aluno já de seus trinta e poucos anos.

O detalhe é que “J” tinha 19 anos e estava a apenas uns 15 dias em uma empresa que eu tinha a indicado para a vaga de vendedora e o curso já estava perto de finalizar. Eu olhei para ela e disse: realmente, “J”, a economia do país agora vai para frente uma vez que você está trabalhando.

É, meus amigos. Futilidade é doença contagiosa. Qualquer dia eu volto com mais “causos”.

Que Deus esteja com vocês.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Eleição é negócio de doido


ACABOU! Putz, nem eu que sou petista doente há quase dez anos agüentava mais essa palhaçada de eleição, propaganda, um dizendo que é melhor do que o outro, acusações, projetos impossíveis, baboseiras, calúnias e outras coisas mais.

Para começar o voto não deveria ser obrigatório. Já que é um direito, a pessoa deveria ser livre para exercê-lo ou não, mas já que o voto é obrigatório no Brasil vamos discutir um pouco sobre ele. O sujeito sai de casa para votar já puto da vida porque não estava a fim de ir até lá, e sim de ir para praia tomar cerveja e tomar banho de mar, aí ele enfrenta uma fila interminável e encontra “a galera”, porque ela sempre está em todos os lugares, e começa a falar qualquer tipo de merda sobre os candidatos.

Tem para todos os gostos. Tem a idiotinha pós-adolescente que vota no candidato bonitinho, tem o bombadinho da malhação que vota no candidato que é esportista, tem a velha que acha que comunista come criancinha, tem o burro que nem sabe o que é um comunista, tem o revolucionário de esquerda que acha eleição uma merda e só acredita na revolução e que vai votar com a camisa de Che Guevara  e tem o “burguês-de-Boa-Viagem-órfão-do-Recifolia “que vota em Cadoca e Raul Henry.

Aí você, que é um cidadão politicamente consciente (seja lá qual for a sua orientação política), está na sua fila esperando chegar a sua vez para exercer a sua cidadania quando atrás de você se aglomera “a galera”. Aí uma menina olha para a outra e diz:
- Amigaaaaaa, tu vai votar em quem?
- Ai, amiga, sei lá. Nenhum presta. Eu tenho horror a política. – responde uma das integrantes da “galera”.
- Ai, amiga, eu vou votar em fulano, porque ele é do bairro e vai ajudar os jovens.
- Fulano? Que horror? Eu soube que ele bate na mãe e faz cocô na sala de casa todo dia.

Enfim, esse papo cabeça aí que vocês estão vendo é só um exemplo, mas podem acreditar, acontecem coisas muito parecidas com isso.

Tem outro espécime ótimo existente nas eleições: o eleitor religioso. Esse é ótimo. Não entende bulhufas de política e vota num cara que só porque abriu uma Bíblia no horário político e se auto-batizou com um nome do tipo “João de Deus”, “Chico Aleluia”, “Zé Iluminado”, “Pastor Bartolomeu”, “Irmã Zefinha” e outros do tipo. Eu fico pensando no que o Senhor do alto da sua grandeza reserva para esses caras que usam o nome de Deus em vão.

E os candidatos? Olha, não existe programa humorístico, mas perfeito que o horário político. Vou dar exemplos dos que eu vi esse ano: “Vote no 25 nó venta”, Reginaldo Rossi, o homem mais feio das eleições: Gilliard, Mister Brother e tantos outros que fizeram a alegria de nós eleitores bem humorados.

Mas o melhor é saber que os dois principais candidatos a presidência tinham um charme todo especial. Em matéria de beleza física eu estou convencido que se o José Serra fosse uma mulher ele seria a Dilma. Ô, candidatos lindos, como diria o nosso representante na câmara, o ilustre deputado Tiririca.

Meu caros amigos, apesar de tudo eu tenho esperança que dias melhores virão.

Que Deus abençoe o Brasil

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Meus pensamentos sobre nosso processo eleitoral


Este texto não é mais um texto que chegou no e-mail e eu resolvi repassar, é apenas um desabafo de um cara de 29 anos que está vendo as coisas acontecerem e não quer ficar de braços cruzados vendo aquilo em que ele acredita se desfazer em horário nobre.
Tenho visto nesses últimos dias uma das coisas mais nojentas da minha vida: a propaganda eleitoral tucana do segundo turno visando derrubar os números das pesquisas que mostram a candidata do PT à presidência na frente.
O Sr. José Serra visa, através do enorme poder de manipulação que tem em seus discursos, iludir o povo com toda a sua falácia e articulação. Parece agora que o PSDB é o partido que salvará o país do desastre total. Os tucanos agora aparecem como paladinos da justiça e da ética, mas não citam em momento algum as atrocidades acontecidas nos oito anos de FHC no poder.
O caso do superfaturamento das ambulâncias no que ficou conhecido como a “máfia dos sanguessugas”, o escândalo da compra de votos para aprovação da emenda de reeleição de FHC, as lavagens de dinheiro ocorridas nas privatizações, a chefia do mensalão promovida pelo então presidente do PSDB e ex-governador de MG, Eduardo Azeredo e que ainda está sob investigação, a cassação de José Roberto Arruda, ex-governador do DF e mais cogitado para ser vice de Serra no atual processo eleitoral  e outros que uma simples consulta ao Google pode muito bem esclarecer.
Mas neste texto eu não quero fazer anti-propaganda, pois assim eu me colocarei no mesmo patamar de baixaria da tucanada. Quero, sim, falar das coisas que eu acredito e das que eu acho absurdas.
O PSDB sucateou o ensino público universitário brasileiro. Digo isso porque durante alguns anos da minha vida eu freqüentei diariamente uma Universidade Federal e lembro que no início do meu curso, ainda na era FHC, tínhamos aulas com estagiários, pois não havia professores para dar aula aos alunos dos primeiros períodos. Quando íamos fazer provas, os professores anotavam no quadro as questões e nós tínhamos que escrever em folhas de cadernos ou de papel pautado, pois não havia papel A4 para impressão dos exercícios. Fiquei seis meses em casa por causa de uma greve, onde os professores pediam aumento de salário, pois, há oito anos, não havia reajuste salarial para os mesmos. Lembro muito bem de ouvir um professor nos dizendo que iria trabalhar em uma faculdade particular de Recife, pois a única coisa que a Federal lhe dava era Status e isso não enchia a barriga de ninguém. O laboratório do departamento onde eu estudava não tinha, sequer, computadores com acesso a internet. Algo hoje imprescindível não estava ao alcance dos alunos da UFPE.
O PSDB privatizou a Vale do Rio Doce (a segunda maior mineradora do mundo). Uma empresa que era o orgulho de um povo e que trazia lucros absurdos para o país e que poderiam ser investidos para o próprio povo brasileiro foi vendida a preço de banana para um conglomerado de empresas estrangeiras. O nosso capital que fora construído com esforços dos nossos avós e pais estava indo parar nas mãos de gente de fora do Brasil. E eu digo mais, só não fizeram isso com a Petrobrás (Empresa que quase mudou de nome e causou uma dezena de desastres ecológicos e teve duas plataformas afundadas na gestão FHC) porque não deu tempo. A máxima getulista que dizia “O Petróleo é nosso” quase foi para o buraco.
                Os aeroportos brasileiros ficaram sucateados. O aeroporto de Recife não tinha condições mínimas para acomodação de aeronaves de grande porte que faziam linhas internacionais, além de ser ultrapassado e de difícil acomodação para o turista. Não é a toa que hoje, após a reforma promovida por Lula, o antigo terminal se tornou um museu.
O programa bolsa família, que muitos julgam como assistencialista, foi o responsável por tirar milhões de pessoas da linha da pobreza, trazendo dignidade para o povo. O Minha Casa Minha Vida deu teto para as pessoas e eu sou um exemplo disso, pois antes dos 30 anos posso me gabar de ter conseguido a minha casa, coisa que meu pai demorou mais de 40 anos para conseguir.
As universidade chegaram ao interior do Brasil e não é mais preciso fazer os estudantes saírem dos aconchegos de seus lares para virem para as cidades grandes para estudar. Eles agora podem estudar próximos às suas famílias e serem úteis nos locais onde nasceram. 
O país virou um canteiro de obras. Só no meu bairro existem dois enormes conjuntos habitacionais populares sendo construídos neste exato momento e somem esses dois as inúmeras casas, vilas e apartamentos que são construídos a um toque industrial e vendidos com subsídios governamentais e parcelados em até 30 anos por intermédio da antes subestimada Caixa Econômica Federal.
O Brasil pagou a dívida com o FMI e se tornou auto-sustentável no petróleo. Essas condições econômicas que tornam o Brasil um país realmente independente do capital estrangeiro, além de respeitado e admirado no quadro internacional por ser a sétima maior economia do mundo.  
A indústria automobilística nunca vendeu tanto por causa do acesso rápido ao crédito da maioria da população e da diminuição do IPI promovida pelo governo federal.
Esses e outros fatos me fazem acreditar que minha consciência está tranqüila em fazer campanha para Dilma, mesmo que seja por retribuição ao que o governo Lula fez pelo meu Estado, pela minha região e pelo meu país.
Sei muito bem que Dilma não é a candidata dos nossos sonhos, mas sei perfeitamente que Serra é o candidato dos nossos maiores pesadelos e por isso peço: caso você não queira votar em Dilma, tudo bem, esse é um direito seu, mas por favor não vote em Serra. Vote nulo, mas não vote em Serra.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O Ponteirinho da Gasolina


Você está parado num posto de gasolina. O motor está desligado. O frentista está lá em pé ao seu lado e a bomba de gasolina não para de rodar os números de abastecimento. Você muda a música que está tocando e espera ele acabar. Tira o dinheiro ou o cartão de crédito da carteira e paga. Liga e de repente vê o ponteirinho da gasolina subir. O motor ronca como quem diz: “ACELERA”. Você vai embora curtir a vida em seu carango e ver como é bom ele estar com você para o que der e vier.

Sabe por que isso acontece? Porque você, assim como eu, sabe o quanto demorou até você sentir o prazer de ter seu próprio meio de locomoção motorizada. Porque você viu coisas absurdas dentro dos “busões” da vida e jurou para si mesmo que um dia compraria um carro e se livraria de vez daquela tortura diária.

A melhor sensação de um homem não é a ereção e sim a elevação do ponteiro da gasolina, afinal quando ele demonstra que o tanque está cheio isso abre caminho para que ele possa fazer várias outras coisas (inclusive ter ereções).

Você se senta em seu carro e olha para todo o ambiente que está ao seu redor. É como se tudo aquilo fosse seu. O mundo inteiro é seu. A vida é sua. Você pode dobrar em qualquer esquina e ver qualquer coisa que queira ver. Pode olhar para o pessoal dentro do ônibus e dizer: “aí, seus fracassados, olhem para meu carango e morram de inveja”. O carro ajuda você demais em qualquer momento. Até quando ele está parado na sua garagem sem nenhuma utilidade visível ele ajuda você a saber que a hora que você precisar ele estará lá. Ele é seu melhor amigo. Ele lhe faz estar pronto para qualquer (qualquer, mesmo) situação.

Agora, sabe o que mais me impressiona na vida? Ver gente que ainda abre a boca para dizer que gosta de andar de ônibus. O que diabos uma pessoa que diz isso tem na cabeça? Ainda se o sistema de transporte público das nossas grandes cidades fosse algo próximo do decente, eu até toleraria esse tipo de afirmação, mas é um lixo.

Você acorda cedo, anda uma eternidade até chegar na parada mais próxima e espera, espera, espera, espera até o cretino do motorista do ônibus resolver queimar a sua parada. Você fica puto, chama todos os palavrões possíveis e espera, espera, espera até que chega outro ônibus que vem lotado mais do que o normal porque o outro que você perdeu veio pegando todo mundo que ficou na mesma situação que você. Então você entra e dá um bom dia para o motorista que não lhe responde, é claro, se acomoda no ônibus (em pé, porque nessa altura do campeonato achar um lugar para sentar é como ver enterro de anão e pesquisador do ibope) e agüenta a viagem que você julga que será de paz, mas você esqueceu da criançada indo pro colégio e conversando besteira atrás de você. Esqueceu também daquele Mané que resolveu botar o celular tocando brega no banco de trás para todo mundo ouvir. Esqueceu dos estudantes com as mochilas nas costas passando e batendo em todo mundo como se o ônibus estivesse vazio Esqueceu dos freios intermináveis e das crianças chorando e vomitando dentro do busão. Enfim... visão do inferno.
Ah, e tem a melhor parte. Você pediu parada. Se acomodou na fila das pessoas que vão descer naquele mesmo ponto. Aí , de repente, você sente os dedinhos tocando em suas costas como se alguém estivesse lhe chamando. Você olha, pensando ser alguém conhecido e de repente a pessoa lhe pergunta: “Vai descer agora, é?”. Isso me irrita profundamente. Dá vontade de responder: “não, eu gosto de atrapalhar a vida das pessoas e ficar no meio do caminho só de sacanagem”.
Não, meus caros amigos leitores. Me deixem no meu carango 2001 sem ar-condicionado. Prefiro gastar uma grande parcela do meu salário subindo o ponteirinho da gasolina do que economizar usando o nosso transporte coletivo.

Fiquem com Deus.

*Este texto foi sugestão do leitor e amigo Rodrigo Niskier.